terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Aldeia Velha

Essa experiência tem muito mais a ver com a paz de uma cozinha a céu aberto e com o prazer de cozinhar para os outros do que com as receitas em si.
Semana passa tirei meu ciso e acabei ficando com uma espécie de parestesia na minha língua unilateralmente. É quando sentimos ela anestesiada 24 horas por dia, o que é realmente incomodo. Para esquecer essa dor e incomodo já que não posso sentir muito prazer comendo variados tipos de pratos resolvi cozinhar todos os dias. Pelo menos nesses momentos me distraio e esqueço da íngua da minha língua.
As meninas inventaram uma viagem para Aldeia Velha, se fosse sensata não iria já que tava com diversos problemas bucais. A primeira pergunta foi: Tem cozinha no camping? Sim. Então imaginar o prazer de cozinhar na paz e tranqüilidade das montanhas venceu a sensatez e criei forças para preparar uma mala que tinha mais de comida do que roupa. Roubei legumes, arroz, quinua, macarrão, alho, sal , chás , limão . . .

A cozinha era linda, assim como o resto do camping. Ficava numa área de repouso onde tinham redes de bambu, mesinhas simpáticas, bicicletas de cabeça para baixo, telhadinho de madeira e um sofazinho confortável. Tinha até forno a lenha que não foi usado, o pão de alho e os legumes na brasa ficaram só na imaginação.





A primeiro prato foi logo no dia que chegamos, uma pequena janta tira – gosto antes das cervejas, pasteis e bolinhos. Éramos 5 meninas. Eram 5 pratos. Nunca tinha cozinhado para mais de 3, então realmente me faltava a noção de quantidade. Fiz quinua no forno com legumes cozinhados na frigideira com maneiga. Aliás esses legumes são o que mais fácil. Já experimentou cozinhar só com água (pouca!!) ,alho e sal numa frigideira? Fica realmente bom. Quinua? O que é Quinua? As meninas ficaram um pouco assustadas, era um ingrediente muito exótico para algumas.
Quinua é um cereal bem rico em nutrientes e muito usado em pratos frios como Tabule, mas também fica uma delícia quando quente como grão principal, tipo arroz.
Fiquei feliz de apresentar para elas um novo cereal e mais feliz ainda delas gostarem da comida simples e saudável, um forro para as futuras frituras.
Premio experimentar mas que coragem para a Julia o/


Premio sorriso da Lobato

O segundo prato, o almoço do dia seguinte, foi arroz integral com batatas e legumes.
Nunca tinha feito um arroz integral completamente sozinha, ele pode não ter ficado tão molengo quanto eu gosto, mas ficou bem no ponto. Temperei só com alho e sal.
As batatinhas eram daquelas pequenas, cozinhei com casca mesmo e servi com manteiga e sal. Os legumes se repetiram. Aumentei as quantidades, acho que dessa vez acertei.
Premio repeteco para a Débora!
Fiquei muito satisfeita , principalmente quando ganhei elogios. O que mais me deixou feliz foi poder cozinhar coisas que eu considero boas para outros, quase como deixar sua marca registrada nos outros.
O almoço desencadeou um longo papo sobre coorporações, industrias, laboratórios e natureza. Sendo culpa da comida ou não fiquei sorridente.




O Terceiro prato foi o mais tradicional a fomosa macarronada típica de viagens. Fomos no mercado e para não cair na tentação do molho de tomate pronto comprei meus próprios tomates, pena que não tinha manjericão. Sempre tive vontade de doar arroz e pão integral para mercadinhos de cidades pequenas, enfim não vem ao caso. O que aconteceu foi que o gás acabou então resolvemos cozinhar na Casa, dessa vez os méritos também foram do Fábio que já é um cozinheiro apaixonado, principalmente em oferecer aos outros comida. Esse foi ainda para mais gente. A gente cozinhou uma mistura de penne integral com branco e um talharim separado. De molho inventamos de tomate e branco com queijo ralado, foi bom que aprendi a ter uma maior noção de como fazer um molho, apesar de ser fácil, nunca tinha feito um.





Claro que não sou só eu que cozinho em Aldeia Velha então vale também comentar o que foi comido. Comi uma pizza feita com massa de aipim. Pelo que parece é um lugar que dá muito Aipim. A pizza estava super gostosa, era muito bem feita. E a massa de aipim era crocante, parecia massa fina de pizza. Como não me agüentei fui perguntar a receita para a chefa. O que pude entender é que era só trocar a farinha por aipim amassado. Como nunca tinha feito massa de pizza antes não ficou 100 por cento claro na minha cabeça. Pelo que imagino deve ter aipim, leite, manteiga, sal e açúcar. Eu ainda vou fazer essa massa!!!!

Outro ingrediente comum é a chamada fruta pão que é um fruto de uma árvore e tem consistência de pão, parece uma batata. Por fora ela é verde com uma casca grossa com espinhos. Quando está madura fica mais leve.
Já tinha me familiarizado com essa fruta quando fui para Caraíva com a Juliette. Conhecemos uma mulher linda no camping que amava se conectar com a natureza, uma vendedora de artesanato. Que nos chamou para cozinhar com ela uma moqueca de fruta-pão. Como na época era meio perdidinha na cozinha só ajudei em coisas como lavar a louça e foi uma pena que não prestei nenhuma atenção em como ela foi feita. Só sei que ficou uma delícia.
Consegui algumas de presente para cozinhar. Não tinha a menor idéia de como começar. Pensei em fazer que nem batata em água fervente e depois servir com manteiga e sal. Mas no momento que estávamos cozinhando o gás acabou. Eu provei do mesmo jeito e tava interessante, a textura era completamente nova para mim. Era muito fibrosa na hora do corte. Ainda tenho que muito desvendar os mistérios dessa fruta.

Conheci uma planta, citronela, que tem um caldo que espanta todos (não, mas muitos) mosquitos.Já tinha o produto da weleda que usava como repelente. Então realmente e animei de conhece-lá.

Cara! Não dá para falar só de comida em Aldeia Velha!!!
É um lugar de pura magia. Parece que tudo acontece em forma de mágica e endoidar lá é como não conseguir voltar mais.
Fiquei com vontade de estudar toda a cultura agrícola local. Quem sabe?

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